Pelo 3º ano consecutivo a língua portuguesa marcou presença no Vertel-Festival de Alden Biesen. A 16ª edição decorreu entre 14 e 22 de Março de 2011 e tocou-me a mim, sob indicação de Pep Bruno, assegurar a participação portuguesa.
Surpreendeu-me muito o convite para ir à Bélgica contar histórias em português. Surpreendeu-me um festival de narração oral, bem no centro da Europa (a 12 Km de Maastricht/Holanda, a 45 de Aachen/Alemanha e a 70 km de Givet/França) que promove diversas línguas europeias: Alemão, Francês, Inglês, Italiano, Espanhol e Português. Uma festa!
Na sessão nocturna tive aproximadamente 50 almas, tudo gente adulta enquadrada num programa de educação de adultos. Gente ordeira, de boa escuta e interessados na cultura portuguesa. No final bebi um copo com parte do grupo, conheci algumas das professoras no eixo desta mobilização e compreendi um pouco melhor a lógica do programador deste evento, Guy Tilkin.
Cumprida a missão, o dia seguinte estava reservado à escuta e aproveitei quanto pude. Em língua francesa dei conta das dificuldades de Teresa Amoon, com recurso a histórias de vida, em motivar uma alheada plateia de 130 adolescentes. Em língua inglesa, ouvi quatro narradores e todos recorreram a temas tradicionais. Do Canadá, com alguns contos singulares, Dale Jarvis e do Reino Unido, Daniel Morden, David Ambrose e a acutilante, seca, frontal, Jan Blake, com dois contos magistralmente costurados que lhe permitiram 40 minutos tensos e sem quebras de ritmo, isto frente a uma plateia de 250 silenciosos adolescentes… Não terá sido por acaso que os alemães recentemente a escolheram para ser a primeira narradora não alemã a receber o Thüringer Märchen Preis.
Magnífico seria podermos reforçar a presença da língua portuguesa neste festival. Porque não sonhar com a mobilização de grupos de jovens que estudam a nossa língua, ou simplesmente com a mobilização de alguma da comunidade portuguesa que, num fim-de-semana primaveril, se aventurasse até ao magnífico castelo de Alden Biesen.
A próxima edição está prevista para Abril e vai lá estar o meu amigo Luís Correia Carmelo.
António Fontinha, Janeiro de 2012
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